Rosa Luxemburgo foi uma proeminente teórica marxista, revolucionária e ativista política, nascida na Polônia em 1871. Destacou-se no movimento socialista europeu, sendo uma das fundadoras do Partido Comunista da Alemanha (KPD) e da Liga Spartacus.

Conhecida por suas críticas ao reformismo e ao autoritarismo, Luxemburgo defendeu uma revolução socialista que preservasse a liberdade e a democracia. Seu trabalho, como “A Acumulação do Capital”, teve um impacto duradouro na teoria marxista. Ela foi assassinada em 1919 durante a Revolução Alemã, deixando um legado de luta pela justiça social.

Textos selecionados

Política

A responsabilidade histórica (1918)

O artigo foi publicado em Spartakus (janeiro de 1918), uma publicação do grupo liderado por Rosa Luxemburgo, que fazia oposição à guerra. Nele, Luxemburgo analisa a paz de Brest-Litovski e enfatiza a responsabilidade dos trabalhadores alemães, criticando sua passividade diante das classes dominantes na Alemanha. Para Rosa, essa rebelião era a única forma de salvar a Revolução Russa.

Problemas russos (1917)

Em um comentário sobre a Revolução de Fevereiro na Rússia, Rosa Luxemburgo enfatiza que o proletariado russo, mesmo sem organizações ou sindicatos, possui um forte espírito de luta e criará suas próprias estruturas no curso da revolução, assim como fez em 1905. A palavra de ordem do momento é: fim à guerra!

A “hora fatídica do partido” (1917)

Em janeiro de 1917, toda a oposição foi expulsa em bloco do SPD, o que levou, em abril daquele ano, à formação do moderado Partido Social-Democrata Independente (USPD). Rosa Luxemburgo, apesar de suas discordâncias com o grupo centrista, considerava necessário o trabalho conjunto com ele. Mais uma vez, fica evidente sua aversão às pequenas seitas isoladas das massas populares

A reconstrução da Internacional (1915)

Publicado em abril de 1915, no primeiro e único número da revista Die Internationale, criada pelo grupo de Rosa Luxemburgo em oposição à guerra. Neste texto clássico, de inegável atualidade, Rosa faz um primeiro ajuste de contas com a Internacional e o SPD, denunciando o abandono de seu programa socialista anterior à guerra, de caráter anti-imperialista

Primatas (1914)

Rosa Luxemburgo polemiza com o renomado sociólogo Werner Sombart, citando uma passagem chocante de um artigo em que ele descreve os japoneses como “primatas, próximos dos cães”. Rosa argumenta que a guerra desmascarou completamente a aparência de civilidade da sociedade burguesa, revelando que até os sábios podem ser verdadeiros bárbaros

Imperialismo (1914)

Discurso proferido em Berlim e publicado no jornal Vorwärts, órgão central do SPD. Nele, Rosa Luxemburgo critica o reformismo no partido, que, dois anos antes, havia defendido a Tríplice Aliança como uma garantia de paz. Rosa argumenta que alianças diplomáticas, em uma época em que o imperialismo se tornou “a religião da sociedade burguesa”, são apenas ilusórias defensoras da paz

Vinte e cinco anos da Festa de Maio (1914)

Publicado no boletim Sozialdemokratische Korrespondenz (1913-1915), fundado por Rosa Luxemburgo, Franz Mehring e Julian Marchlewski, com o objetivo de difundir as ideias da oposição de esquerda no SPD. Neste artigo em celebração ao Dia do Trabalhador, Rosa apresenta um resumo da conjuntura europeia dos últimos 25 anos, destacando dois fenômenos novos: o desenvolvimento do progresso técnico, que representa uma nova forma de escravidão para os trabalhadores, e o imperialismo

O líder da classe operária alemã (1913)

Publicado na revista feminista Die Gleichheit (A Igualdade), em homenagem à memória de August Bebel, o artigo resgata a história do socialismo na Alemanha, profundamente ligada à trajetória de Bebel. A ideia central é que, na figura de Bebel, a social-democracia alemã conseguiu unir reforma e revolução, realpolitik e princípios revolucionários

O nosso panfleto sobre o Marrocos (1911)*

Rosa Luxemburgo critica um panfleto de autoria de Karl Kautsky sobre a questão do Marrocos, por não abordar a ligação entre imperialismo e capitalismo, essencial para compreender a política internacional da época. Só essa conexão poderia explicar o interesse das potências mundiais pelo Marrocos, a ponto de quase ter sido deflagrada uma guerra entre Alemanha e França.